A lua continua a namorar o mar. Não lhe vou dizer nada, pois se eu estivesse ali, tão coladinha àquele pedacinho de céu pronto a tocar o mar, também eu o namorava assim. Descaradona, dizia um poeta pela voz de Villaret. Assim mesmo é que é, descaradona. Inchada de descaramento a espalhar o seu luar de Agosto( existe?) sobre aquela pele azul que ora se agita em vagas enormes, ora se entrega em volúpias de espuma preguiçosa às sedentas areias das praias.
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O vento entretanto brame, como se fosse Novembro. Veio, sem ser convidado, antes do tempo, fora da estação, ameaçando os calendários que regulam a vida das gentes.
A vida, as modas, tudo.
Por aqui o tempo não parece algarve. Não há bulício de turistas. Nem gritaria de mais miúdos, nem berraria de miúdos mais graúdos. Há só o som do vento!E o som do vento abafa o silêncio dos velhos. Esses, sim, resistem ao vento e ao resto e ficam, por aqui, comprometidos que estão, pela vida e pelo tempo, com o sol de inverno.
1 comentário:
Que lindo, Madalena. Suponho que hoje já não há vento. E a lua já está menor, menos descarada...
Temos que nos conhecer sim. Pensa numa data em Setembro que te dê jeito, trazes os teus leões, eu levo os meus e convocamos mais uns pelo caminho. Boa?
Beijinhos, bom fim de semana.
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