Isto tudo para falar da Diana. Feita de carne, osso, nervos, sangue e tudo o que os cientistas sabem e eu não sei, Diana tinha desejos, vontades, sonhos, desgostos, enganava-se, não se enganava, corria, dançava... enfim: vivia.
Um dia, esta mulher, tão nova ainda, morreu. E eis o mundo inteiro disposto a devorar tudo o que lhe dissesse respeito, sem pudor, sem dignidade. A Diana, ou se atiram pedras, ou se perdoa, sem qualquer critério de tolerância "humana".
Não consigo entender! Tal como não consigo entender o choro convulsivo, a exteriorização de um desgosto que nos "toca" de longe, porque efectivamente a princesa não é nossa irmã, nossa mãe, nossa tia. Há que controlar as emoções, mesmo quando se trata de alguém mais próximo, não porque algum código de conduta o exija, mas porque a emoção à solta pode provocar danos maiores.
A Princesa Diana protagonizou acções muito meritórias, nomeadamente a nível humanitário. À sua maneira e usando os meios que lhe eram oferecidos, soube chamar a atenção do mundo para os seropositivos, não evitando o contacto de "pele", para mostrar que a SIDA não se pega assim. Era carinhosa para as crianças, porque "essa era a sua profissão" e naturalmente uma criança não lhe provocava qualquer espécie de desconforto, fosse de que cor fosse, fosse limpinha ou sujita, saudável ou doente.
É esse o retrato a Princesa que guardo na memória. Como mulher, deveríamos reservar-lhe o direito da privacidade que reclamamos para as nossas próprias vidas.
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