sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Diana

Primeiro, devo, reafirmar o respeito que me merece qualquer pessoa, seja figura pública ou não. Esta massa de que somos feitos, este barro, é, de facto, aquilo que nos torna iguais, vistos de "cima", do alto de uma superioridade social, intelectual, cultural, ou outra. Superioridade humana não, com certeza, porque essa não existe. A palavra humano é a que melhor nos categoriza, atirando-nos todos, mas mesmo todos, para a mesma prateleira.
Isto tudo para falar da Diana. Feita de carne, osso, nervos, sangue e tudo o que os cientistas sabem e eu não sei, Diana tinha desejos, vontades, sonhos, desgostos, enganava-se, não se enganava, corria, dançava... enfim: vivia.
Um dia, esta mulher, tão nova ainda, morreu. E eis o mundo inteiro disposto a devorar tudo o que lhe dissesse respeito, sem pudor, sem dignidade. A Diana, ou se atiram pedras, ou se perdoa, sem qualquer critério de tolerância "humana".
Não consigo entender! Tal como não consigo entender o choro convulsivo, a exteriorização de um desgosto que nos "toca" de longe, porque efectivamente a princesa não é nossa irmã, nossa mãe, nossa tia. Há que controlar as emoções, mesmo quando se trata de alguém mais próximo, não porque algum código de conduta o exija, mas porque a emoção à solta pode provocar danos maiores.
A Princesa Diana protagonizou acções muito meritórias, nomeadamente a nível humanitário. À sua maneira e usando os meios que lhe eram oferecidos, soube chamar a atenção do mundo para os seropositivos, não evitando o contacto de "pele", para mostrar que a SIDA não se pega assim. Era carinhosa para as crianças, porque "essa era a sua profissão" e naturalmente uma criança não lhe provocava qualquer espécie de desconforto, fosse de que cor fosse, fosse limpinha ou sujita, saudável ou doente.
É esse o retrato a Princesa que guardo na memória. Como mulher, deveríamos reservar-lhe o direito da privacidade que reclamamos para as nossas próprias vidas.

imagem daqui

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