segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Mais "Dez Mais" cá de casa...

A propósito de uma corrente de “não sei o quê”, pede-me a dona do blog cujo título se inspira nas Aventuras de João Sem Medo de José Gomes Ferreira, que escreva qualquer coisa sobre os dez livros que de algum modo marcaram a minha vida.
Ah! Mas a que título apareço eu aqui? Penso que é por ser casado com a autora e assim ser mais fácil convencer-me a fazê-lo.
Pois bem, que escolher? É uma tarefa muito difícil até porque, no dealbar dos sessenta anos, li muitos e variados livros, sobre muitos e variados temas, o que torna a selecção muito mais difícil. Assim, e sem uma certeza de ser a escolha mais correcta, falarei resumidamente de alguns.
O primeiro de todos: TINTIN AU CONGO de HERGÉ, que é a segunda história do repórter belga Tintin. Este livro, que ainda guardo religiosamente e já bastante danificado, era o livro que o meu saudoso pai me lia, a mim e à minha irmã, quando eu tinha aí uns quatro a cinco anos, cada um de nós encavalitado em cada uma das suas pernas, ao fim da tarde, em Angola, bem no interior junto à fronteira com o Katanga. O meu pai lia e contava uma história a propósito de cada um dos quadrinhos que o livro tinha e demorava tanto tempo, que só dava para uma página por dia, para fazer render o tempo, o livro e a expectativa do dia seguinte;
O segundo livro poderá ser: OS CINCO NA ILHA DO TESOURO de ENID BLYTON, que me cativou decididamente para o gosto da leitura e dos livros dos quais não consigo prescindir e que faz com que a nossa Biblioteca tenha mais de cinco mil volumes! Claro que comprei a colecção toda e a devorei quando ainda andava na Escola Primária! O curioso é que já depois de casado e com os meus dois filhos, resolvi relê-los e...gostei!
O terceiro livro: O CARDEAL de HENRY MORTON ROBINSON, que comprei na Feira do Livro no Parque Eduardo VII, acto esse fotografado e publicado no jornal Diário Popular, pelo repórter fotográfico Judah Benoliel. Um livro intenso e cativante ainda com uma enorme actualidade e que li durante os meus teens.
Em quarto lugar porei: O DESPERTAR DOS MÁGICOS de JACQUES BERGIER e LOUIS PAWELLS, livro excepcional, de interrogações sobre o que somos, para onde poderemos ir mas, sobretudo, terrivelmente intrigante e até, de certa maneira, incómodo.
Em quinto lugar vou colocar: O CATIVEIRO DA VERDADE de A.J. CRONIN, uma obra excepcional onde a defesa e a procura da verdade nos são contadas de uma maneira simples, comovente e verdadeira. Outra obra com uma actualidade imensa.
O número seis poderá corresponder a: A UM DEUS DESCONHECIDO de JOHN STEINBECK. Deste livro apenas direi que foi o melhor livro que li em toda a minha vida! Maravilhoso! Sem palavras...
Para o lugar número sete vou escolher: ADMIRÁVEL MUNDO NOVO de ALDOUS HUXLEY , fantástica obra de ficção científica que cada vez mais se confunde com a nossa realidade e que é um enorme grito de esperança para toda a Humanidade.
O oitavo lugar pertencerá a: A PESTE de ALBERT CAMUS. Apesar do tema, é um livro muito bem escrito e com um estilo muito próprio e diferente do que estava habituado. De facto, juntamente com A Queda e O Estrangeiro, são obras a não perder.
Na nona posição: EXODUS de LEON URIS. Foi seguramente um dos livros que mais me comoveu pela sua grande intensidade dramática e história fascinante. Pode ser que se considere Uris um escritor alinhado com a causa judaica mas, que escreve muito e bem, não tenho qualquer dúvida.
No décimo lugar vou colocar: A BÍBLIA sem autor confesso. Eu, que até nem sou religioso ou crente. Mas que é inquestionável não só o interesse didáctico como lúdico das inúmeras histórias contadas neste belo livro.
E assim já nomeei dez obras. Tenho muita pena de não poder escolher muitas mais, pois elas são tantas e tantas mas...Como se pode perceber, ando a mendigar colaboração para as correntes!
É que até pode dar sorte e, como dizem as outras, se realize algum desejo!!!
Obrigada, Jorge!

2 comentários:

Pitucha disse...

Muito bem Jorge! Devias assinar o teu próprio blogue.
Beijos

125_azul disse...

Madalena, 3 dias sem vir aqui e tantas novidades!!!
Sabes, com certeza, que Tintim no Congo foi proibido e retirado do mercado por ser "racista"...
Também amei tudo da Enid Blyton, menos o tonto do Noddy...
E o meu pé de laranja lima é absolutamente delicioso (confesso que me pôs a conversar com uma bananeira durante alguns meses!)
Beijinhos para ti e para o Jorge, boa semana e feliz regresso às lides