domingo, 17 de fevereiro de 2008

Jamais!

Sócrates mantém política educativa e diz que não governa para obter simpatias
E assim vai o mundo! Cada um tem os calos que merece, Sr Primeiro Ministro e este tipo de atitude é muito semelhante às atitudes dos meus alunos. Ele também não andam nas escola pelos meus lindos olhos. Ai não, não!
As suas palavras e a sua atitude para com os professores fazem-me doer os calos, aqueles que eu ganho todos os dias!
Por sinal, até tenho gosto em fazer o que faço. Mas há coisas que eu não entendo, mesmo com estes calos todos na alma.Por exemplo: os senhores dizem, isto é, mandam, mandam dizer que eu devo preocupar-me mais em enviar cartas a um Encarregado de Educação que eu não conheço, por causa de um aluno que eu também não conheço, que há anos que não põe o pé na escola e até sempre-a-mesma-fotografia-ou-fotocópia-da- fotografia já deve saber ler e escrever... dizia eu, preocupar-me com esses que já lá não estão, em vez de tratar dos que lá estão efectivamente, para estudar ou não, mas estão.
É que não se vê fim ao papel que é preciso gastar para fazer acontecer qualquer coisa.
Não foi o senhor (Já nem sei se devo escrever senhor com letra grande?!)que inventou o Simplex? Mas ainda não mandou para as escolas, pois não?
Já todos percebemos que anda zangado com o mundo, mas não se vingue nas crianças.
Já percebeu que é impossível aumentar o sucesso educativo sem ser à custa de um empurrãozito na nota. E haver quem seja capaz de defender um percurso de ignorância para os filhos dos outros é muito triste!
(Um dia perguntei a um médico, por sinal meu amigo, se estava muito preocupado com a saúde de um dos meus filhos. Ele explicou-me que se tratava do meu filho, por isso a minha preocupação era necessariamente diferente e maior do que a dele.)
Para os nossos filhos queremos professores dedicados, conscientes, competentes e felizes. Não está certo querermos uma coisa para nós e para os nossos e outra coisa para os outros e para os filhos dos outros. Esse é que seria um bom critério para aferir a grandeza das suas medidas e até a sua compatibilidade com a dignidade do ser humano! Não me interessa muito que seja simpático. Quero apenas que seja justo e que a dignidade não se afaste dos nossos meios, por muito estonteantes que sejam os fins.
Ah, é verdade!, há uma outra coisa que eu não entendo. Se era para acabar o Ensino Especial por que é que foi criando um grupo de docência só de Ensino Especial, no ano passado ou há dois anos, no máximo?
Por hoje, daqui, do Deserto de Jameh, é tudo!E não receie que não há muita gente a querer granjear a sua simpatia!

2 comentários:

125_azul disse...

Madalena, este post arruma toda a questão do senhor (minuscúla serve perfeitamente, mas porque temos de lhe chamar senhor?, não estaremos a ofender os senhores a sério?)e dos professores/escola/alunos.
Estamos a passar momentos indignos!
Beijinhos e felicidade com saúde para a toca dos leões.

calamity jane disse...

SAbes que mais? A mim o que me angustia é ver, dia após dia, ano após ano, este povo a ficar mais burro, mais apático, com menos sentido crítico. Jovens com o liceu completo (?) que não sabem formar uma frase, que ignoram que não se colocam vírgulas entre o sujeito e o predicado, que dever é um verbo transitivo (e não "eu devo de..." como oiço e - pior! - leio dia sim dia não), que em Português não se pode dizer "entre 15 dias a um mês", da mesma maneira que não se diz "entre a espada a a parede"... etc, etc, etc.
Mas, sim, uns são filhos, outros enteados. Por isso, enquanto os meus pais e o governo francês (sim, o francês, não o 'nosso'!) me auxiliarem, aproveitarei os privilégios da dupla nacionalidade e manterei os meus filhos no Liceu Francês. Pelo menos sei que quando chegarem à universidade saberão fazer um plano de trabalho e que as palavras num teste são para colocar por extenso e não como se estivessem a mandar um sms ou a comentar num blog, tudo cheio de k's e x's!
Ufa. JÁ ESTÁ!
Quanto ao dito senhor, não gastarei mais tempo nem teclado com tão triste figura...