terça-feira, 24 de junho de 2008

A velha questão de Shakespeare

Hoje a Matemática sai no jornal, por maus motivos, por descontentamento daqueles a quem o assunto diz directamente respeito, daqueles que fazem contas à vida, não para hoje mas para muitos amanhãs: os alunos.
Há um sentimento generalizado de frustração, que talvez comece agora a notar-se mais do que até aqui, que se vai generalizando, tal como vai acontecendo com outros sectores.
Esperemos que seja dada atenção a este sinal, que não se subestime esta sociedade que há-de vir, marcada pelos erros de hoje, cometidos por nós, que os estamos a preparar para a vida.
Quando digo nós, também me incluo, claro! Posso não contribuir com uma certa negligência, mas de algum modo vou baixando o nível da minha exigência para acompanhar os tempos. E esta é a prova dos nove. Este é o caso sério, a versão verdadeira da anedota que circula nas nossas caixas do correio e que põe em evidência o facilitismo crescente, imposto por "cima", com taxas de sucesso obrigatórias, com fantasmas de avaliações negativas para os professores que não promoverem o sucesso das pautas.
(E o sucesso pessoal e educativo, quem é que promove Senhores Ministros?)
Mas, atenção, já não são os professores que vêm pôr em causa o ensino em Portugal. São os próprios alunos que se sentem enganados.
Será que não conseguimos arranjar um meio termo entre a competitividade doentia e o sucesso da preguiça e da esperteza saloia?
Há momentos de avaliação, há momentos do percurso e há alunos em que é absolutamente necessário atenuar os graus de dificuldade. Mas um exame nacional, crê-se que tem por objectivo aferir a média dos conhecimentos dos alunos alvo e, em conjunto com a nota de frequência, no caso do exame final do Ensino Secundário, estabelecer uma ordem para o acesso ao Ensino Superior.
E por que é que não se abrem as portas das Universidades a todos os alunos, independentemente deste exame? Era mais justo, parece-me!

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