terça-feira, 1 de setembro de 2009

Incertezas de um regresso

As férias estão a acabar e o trabalho está quase de regresso.
Noutros anos, a ideia do novo ano lectivo entusiasmava-me, criava em mim a expectativa das coisas boas e até a ideia da rotina me seduzia.
O ano passado mudou-me e agora dou por mim desalentada, a pensar que não me apetece nada passar por tudo outra vez, sobretudo pela experiência de avaliadora. As imposições de procedimentos, que não contribuem minimamente para a qualidade do processo de ensino-aprendizagem, deixaram-me uma nódoa negra na minha consciência profissional.
Tive de aceitar entrar na "guerra" para não "morrer". Fiz o que tinha de fazer com a má consciência de estar a trair tudo e todos, e sobretudo a mim mesma, pois se eu tivesse ainda dois dedos de ideal, “mandava tudo dar uma volta” e suportava as consequências. Mas não, já não tenho ideal que chegue para tanto. Subjuguei-me ao poder instituído. Sucumbi.
Como é que eu vou passar por tudo outra vez? Que feridas trarei eu de um ano lectivo igual ao que passou.
Sei que não tenho força física nem moral para enfrentar estes inimigos. À frente da horda surge o Papel, um dos meus principais adversários, aquele que me rouba a alma que preciso para a acção. As rugas, os cabelos brancos e o reumático surgem numa segunda linha de batalha. Também me assustam muito. As dores só tolhem os próprios, por isso é normal que ninguém perceba nada disto senão eu mesma.

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