terça-feira, 29 de junho de 2010

E vão dezanove!!!

Escolhi o “nove” para número da sorte e só por isso já fico feliz por celebrar hoje dezanove anos de casa nova, terra nova, vida renovada, família reunida e cão velho.
Vínhamos de Odivelas. O trajecto era longo. Havia trajecto alternativo mas esse era longo também: Odivelas, Lisboa/Sacavém, Vila Franca, Porto Alto, Alcochete, Montijo.
A casa era um deslumbramento: espaço, muito espaço, muito espaço. A esperança de levar a vida com calma morava aqui. Uma família de quatro pessoas espalhava-se, até aí, diariamente, por três distritos: Setúbal, Santarém e Lisboa. Aqui, ficaríamos todos juntos: hospital, escola preparatória e escola secundária. Além disso os preços das casas eram irreais. Um terço do preço de Lisboa ou quase isso, nos arredores da margem norte. E havia ainda o ruído, o barulho, as sirenes das ambulâncias Abreu Lopes abaixo a toda a hora...
As poucas vezes que tinha vindo ao Montijo, para escolher e comprar casa, tinha achado tudo muito calmo, pacato e sossegado.
Há dezanove anos "caí" na ebulição das festas da terra, São Pedro: gente, gente, gente, carros, motas, foguetes, música, publicidade, mais gente, mais música, fogo de artifício...
E eu que vinha em busca de um modelo de vida onde o silêncio se ouvisse.
Afinal eu não era só nova... Apesar da vida já me ter dado certos ensinamentos de nível de dificuldade apreciável, não tinha aprendido ainda que a nossa inquietação interior vai connosco até ao fim do mundo. E o fim do mundo não é ali, ao virar da esquina, nem no fim da terra, como no filme "Os Deuses devem estar loucos".
Trouxe a minha inquietação de sempre, mas "trouxe" também os amigos de "sempre" e orgulho-me de não ter perdido nenhum, Tejo lá, Tejo cá. Orgulho-me ainda de ter feito mais amigos, quando eu achava que, com trinta e nove anos, já ninguém se encanta com ninguém, a ponto de deixar passar a porta do coração. Afinal deixa.

9 comentários:

Lina Querubim disse...

Enganáste-te :p amizades podem acontecer a toda a hora ;o) e das formas mais estranhas como foi os nossos casos. Nada na vida é por acaso este é o meu lema de vida!
E estava escrito que um dia...iamos nos encontrar todas!
Beijinhos e fica com os Anjos

Madalena disse...

Tens tanta razão, Lina! Estava escrito mesmo... Beijinhos

Trintinha disse...

Um beijinho, querida Madalena!
E que venham mais dezanove, e mais dezanove...
Sempre connosco a comentar e a torcer para que tudo corra muito bem! ;)

Natália Fera disse...

Olá Madalena
Dezanove anos!
Como me lembro bem dessa zona,tão sossegada,só havia praticamente as vivendas na rua da escola,hoje quase que me perco por aí.
Eu tenho saudades do barulho dessa festa,não falhava um dia,eram outros tempos,os anos passam e hoje estou mais numa de sopas e descanso.
Mas essa terra está sempre no meu coração,foram 30 e tal anos,alguns muito felizes.
Beijinhos
Gosto de vir aqui e recordar.

Graça Pereira disse...

Minha Querida
Pode haver mil mudanças nas nossas vidas ( e nós sabemos do que falamos...) mas o que importa é que o nosso coração esteja sempre presente...com as portas bem abertas para deixar entrar o "acaso" e as muitas amizades que vêm com ele...
Em qualquer lado...amanhece...se nós deixarmos!!
beijos e bom fds
Graça

IO disse...

Ele há 'coisas' que se merecem, como a amizade, e se tu, Mad', as mereces!
beijo feliz por ti,
IO

Natália Fera disse...

Olá Madalena
Já li sobre a feliz noticia
Muitas Felicidades para a Bebe e para os pais.
Para ti muitos beijinhos fresquinhos,que este calor dá conta da gente.

Janine disse...

Olá querida Madalena!
Muitos Parabéns pela sobrinha neta!
Que a Ana Catarina seja muito, mas muito Feliz!
Beijinhos

Unknown disse...

Oh se deixa...querida Formiguinha