sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

É Carnaval!


O Carnaval sempre me soou a samba com hora marcada, com riso agendado, música pré-triste, antecipação de quaresma, tempo de jejum, sacrifício e dor... 
No entanto, devo reconhecer que há um lado do carnaval que é genuinamente alegre: o das crianças que se mascaram e muitas delas, sem terem sequer conhecimento perfeito das várias identidades que vamos assumindo ao longo da vida, vestem com um fato de super-homem toda a força da coragem. Uma coragem que supera os limites do fraco corpo que sustenta a nossa verdadeira identidade. Uma coragem que fica ao serviço da humanidade.
O que há mais por aí é disfarces de Super-homem, ou heróis do mesmo género, o que deve querer dizer que todos ambicionamos corrigir o que está errado no mundo, nem que para isso seja preciso fazer o planeta rodar em sentido contrário.
Gosto de ver, como há pouco, um "enxame" "de abelhas maias" de vários tamanhos! Gosto de ver pandas e palhacinhos, leões e joaninhas, morangos e princesas.
Já não entra no meu registo de brincadeira carnavalesca a clássica mudança de sexo com a exaltação do ridículo que vem agarrada!
Não sei se vem a propósito mas acode-me à memória um texto de José Gomes Ferreira a que ele mesmo chamou "infância estragada" em que chama pelas azedas, chora de saudade pelas caretas que provocavam e grita: Onde estão as azedas da minha infância? Tragam-me azedas. Quero morrer a fazer caretas!
Eu também!


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