terça-feira, 3 de março de 2015

Adeus....

Adeus, Arlete!
Mas antes, obrigada!
Porque nas voltas que a vida dá, estavas numa delas, bem violenta por sinal, para me amparares, para me levares a andar de baloiço, para me fazeres sentir que viver é bom e que não podemos deixar o prazer das pequenas, ou mesmo das grandes coisas, por mãos alheias.
Foram as tuas mãos que me acolheram. Foram os teus braços que me abraçaram. Foi o teu colo que me deu calor. Estavas ali pronta a ser uma mãe, a mãe que eu precisava. E, como tinhas uma família maravilhosa, entregaste-ma também num gesto de generosidade imensa e ternura sem fim.
A vida continuou a dar voltas e eis-nos de novo num caminho comum...
Já sem a juventude que tínhamos então, com os pés a tropeçar, "tropeçamos" nós, outra  vez, uma na outra, com a mesma ternura, com o mesmo amor.
Não sou muito boa nestas coisas de céus e paraísos e não consigo entender a dor e o sofrimento. Sei que o teu sofrimento foi grande mas também sei que ao teu lado estava sempre o teu Miguel, que te levava o amor de todos e trazia de volta o teu, para nos encher a alma de um reconhecimento ímpar, a quem de direito, por teres feito parte das nossas vidas.
Adeus! Sei que cuidas da nossa varanda, espaço mítico desse tempo, de onde contemplaremos sempre todos os tempos.
Até sempre, querida Arlete!