domingo, 26 de abril de 2015

abril....

De regresso ao abril de sempre! O dos provérbios, das águas mil! O abril descolorido, triste, nublado. A novidade deste abril é mesmo o saco de plástico, acessório obrigatório de qualquer estação, mês, parte do dia....
Ontem era abril! Mas mesmo abril. Havia cravos vermelhos.
-Onde é que posso comprar um cravo, perguntei timidamente a uma senhora que trazia dois e um saco plástico.
 Não reparei nos pormenores do saco, mas reparei que os cravos eram pequenos e recusavam abrir todas as suas pétalas. Se eu soubesse falar com as flores, perguntava-lhes a razão desta recusa. Mas eu até sei.
- Eles dão! respondeu-me a senhora com alguma alegria que devia ser por lhe terem dado alguma coisa. 
Perecebi então que comprar mesmo, só o saco de plástico....
Este era o cenário do Mercado, estrategicamente inaugurado neste dia, convencendo assim os incautos que uma inauguração com fanfarra, fotos e cravos à discrição é sinal de amor à liberdade.
E o Hospital? pergunta a minha memória timidamente... falo com ela para ela não se esquecer do que já aconteceu.
E o emprego?
E os transportes?
E a fome das crianças nas escolas?
E....?
Afinal o cravo não serviu de nada, sobretudo na lapela de alguns que se engalanaram só para tentar enganar o "freguês". 
Hoje é abril mas um abril sem história....
As boas emoções têm curta duração. 
A 25 explodimos de esperança, a 26 caímos na desilusão.
 É um grande trambolhão!
Deus nos ajude que magoados demais já nós estamos....

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