segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Dias da Radio... Mais um....

Hoje é dia mundial da rádio! 
A rádio faz parte do meu crescimento e ao dizer, ou melhor, ao escrever isto, não pretendo apossar-me de um momento como tendo sido apenas meu. Foi de todos nós! 
Recuando no tempo, como se de um fenómeno altamente tecnológico se tratasse, vou parar à casa da minha avó, à sala rectangular que prolongava um longo corredor e fazia de sala de refeições. 
 Entre um aparador enorme e uma porta, por cima de uma móvel que a minha memória não consegue reconstruir, havia uma telefonia. Era uma caixa enorme com botões e teclas, com uma espécie de ecrâ minúsculo com números e algumas letras. Ligava-se um botão e muito lentamente os sinais de vida iam aparecendo. Umas luzes…. E, finalmente, o som. Se fosse preciso afinar a sintonização pedia-se a intervenção de alguém com mais autoridade para o assunto: o meu avô!
E à hora do folhetim, todos se reuniam à volta do mágico aparelho que nos punha a par de romances com felicidades e momentos difíceis que promoviam ainda mais felicidade e romantismo. A pobreza também fazia parte do enredo, como acontece com as histórias de encantar. Os pobres merecem ser ricos e os ricos têm de passar pela experiência da pobreza para merecerem o bem-estar dos ricos. Valores que os tempos mudaram pouco. Há um reduto de valores talvez diferentes, talvez mais baseados numa justiça superior, numa classe média que tende também a desaparecer.
A Maltrapilha era um desses folhetins e o título diz tudo.
Mais tarde, numa adolescência já cheia de sonhos cor-de-rosa, a rádio continuou a desempenhar um papel importante no meu crescimento em direcção à vida. Era um tempo das cantigas e do cantores românticos: Sylvie Vartan, Françoise Hardy, Mireille Mathieu, Adamo, Percy Slege, Rita Pavone, Gianni Morandi, Roberto Carlos. E a moçambicana Natércia Barreto.
E para os mais talentosos havia uma Tia, na radio, que reunia sobrinhos que lhe escreviam e iam ao seu programa cantar. Eu limitava-me a escrever porque cantar ou declamar não era para mim. Mas ia às gravações dos programas a que hoje chamam “galas”. Conheci pessoalmente a Tia Zita, ou seja, a locutora Maria Adalgisa. 
Estamos pois nos primórdios dos programas que hoje enchem a programação da TV. Foi a Tia Zita que inventou tudo. As tias também já vêm de longe…
Obrigada Tia Zita!
Viva a Rádio!
 Maria , este post é para ti. Espero as fotos das tuas actuações na Tia Zita!
 Beijinhossss




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