Há já algum tempo que me apetecia este passeio, na rota dos moinhos da região.
O primeiro: recuperado, sem mácula de tempo, ou outra.
Seguindo a estrada que liga Montijo a Alcochete, antes de São Francisco, dois moinhos velhos abrem caminho.
Este, que parece ter saído de um cenário de aventura dos cinco.
E este, aconchegado de arbustos, sugere também mistério.
Verdadeiro mistério é haver património sem dono ou sem cuidados!
Já na zona das salinas, junto ao rio, em plena praia fluvial, este moinho queda-se solitário...
Este teve mais sorte! Tem dono e está a ser tratado.
Até para ser moinho é preciso ter sorte.
Quanto a este, teve sorte a mais. A sorte deseja-se com conta, peso e medida.
Sinto o quanto deve doer, na lembrança dos moinhos, uma porta de alumínio.
Pobre moinho com destino siamês de uma casa, pegado provavelmente pelo coração, já que vísceras, um moinho não tem.
Qual príncipe solteiro, este aguarda a sua princesa, num apelo inconfundível, gravado nos seus muros. Venha a princesa e traga uma lata de cal, para limpar a palermice dos que se entretêm a sujar a beleza de ser moinho junto ao rio.
E finalmente o Moinho da Praia, recuperado,restaurado, explorado, de dia, de noite, até às tantas...
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