sábado, 16 de abril de 2005

Para a Laura Lara!

Laura, o José Mauro de Vasconcelos é uma referência e fizeste muito bem lembrá-lo.
O "Meu Pé de Laranja Lima" ratificou, perante leitores grandes e pequenos, de todo o mundo, o direito de chorar.
"História de um meninozinho que um dia descobriu a dor", pode ler-se logo na primeira página.
Mas também, atrevo-me eu a acrescentar, descobriu o lenitivo numa amizade inventada ou mesmo (quem sabe?) real. Os filhos únicos percebem muito bem isto de amizades imaginárias, inventadas, que ajudam a ultrapassar momentos difíceis.
Este é o livro. Está velhinho porque foi lido, relido, mudou de casa, mudou de estantes, mudou de terra, de margem, mas nunca mudou de mim. Foi o meu primo que mo ofereceu quando eu fiz dezanove anos.
o meu pé
E esta é a contra-capa.
contra capa
Há uns anos, eu colaborava num jornal daqui do Montijo: A Nova Gazeta.
Numa coluna semanal, sugeria leituras que me tinham encantado. Chamava-se "Apetece-me voltar a ler"
Não podia esquecer o meu complemento de fantasia, os livros do José Mauro de Vasconcelos.
Um dia, a minha sugestão foi "Rosinha minha Canoa".
Para não encher demasiado esta casa, remeto-te para o cofre, onde guardo textos mais longos...
Pequena nota biográfica, que acompanhava a sugestão de leitura- José Mauro de Vasconcelos nasceu em Bangu, Rio de Janeiro, a 26 de Fevereiro de 1920. As canoas fizeram parte da sua infância, quando se aventurava pelo mar para nadar. Venceu vários campeonatos de natação.
Começou a sua actividade literária aos 22 anos, mas só em 1968 é que o seu nome passou para o Mundo, com o “Meu Pé de Laranja Lima”, que está traduzido em muitas línguas. O seu êxito é uma referência, na Tailândia, por exemplo, onde só o sucesso de Harry Potter se compara ao da obra brasileira.
Há tempos, a sua morte veio no jornal. Uma pequena notícia apenas, para dizer da morte de um homem grande.

9 comentários:

Anónimo disse...

A recordar José Mauro de Vasconcelos

Obrigada Madalena. Não esperava tão grande e tão imerecida surpresa.
O meu exemplar de “O meu pé de laranja lima” é igual: 1.ª edição – 1975 – Capa e Ilustrações de Jayme Cortez – Edições Melhoramentos.
Comprei-o para a minha filha mais velha. A seguir veio o “Rosinha minha canoa” e depois o “Vamos aquecer o sol”. É tudo o que li dele e nunca me esqueci da sensação de ternura, amor e doçura que emanava da sua leitura. Daqueles raros livros, cuja leitura não conseguia interromper e que lamentava quando chegava ao fim porque sabia-me a pouco. Queria mais. (De pedaço em pedaço é que se faz ternura – p. 161 de “O meu pé de laranja lima”)
É José Mauro de Vasconcelos que merece o belo texto que lhe dedicas e se houver nem que seja uma só pessoa que vá ler a sua obra, já valeu a pena. Se há pessoas que não nasceram com uma estrelinha na testa, José Mauro de Vasconcelos foi uma delas.
Que interessante devia ser a tua coluna semanal da Nova Gazeta, chamada “Apetece-me voltar a ler”. Era dedicada só a escritores de língua portuguesa?
Madalena, pelo teu texto sinto um “sol de felicidade dentro do meu coração” (p. 130 de “O meu pé de laranja lima”).

Madalena disse...

Ainda bem que ficaste contente,Laura! Gostei muito do Doidão e da Rua Descalça também.
Não era só sobre autores portugueses que escrevia no jornal. Mas a maior parte era, porque são os que me dão mais prazer ler. O primeiro foi precisamente o "João Sem Medo" dos José Gomes Ferreira.
Beijinhos Laura
E o teu blog?

Anónimo disse...

De livros que li e que nunca esqueço, recordo os de um escritor que ninguém conhece - pelo menos assim penso - de nome Pierre Daninos. O seu "Les carnets du major Thompson", que li em 1961, ainda hoje me faz rir, só de lembrar. (Sei que foi em 1961, ano em que casei e passei uns meses em Toulouse, onde o meu marido foi especializar-se em Engenharia Hidráulica). A França e os franceses vistos por um inglês, o Major Thompson, tornam este livro inesquecível e hilariante, na minha opinião, claro!
Quanto ao meu blog, não sei não.

Emilia Miranda disse...

Quem acaso não leu "Meu Pé de Laranja Lima" não deve, TEM que ler!
Um abraço,
Emília

Madalena disse...

Também acho, Emília!
Um beijinho e origada pela visita!

Anónimo disse...

Fui ao cofre e encontrei um tesouro...As coisas que eu aprendo e recordo aqui!
O meu livro também já está coçadito,mas faz parte das minhas joias.Que pena Madalena não escreveres para círculos mais abrangentes-é um desperdício.Se não fosse extenso enviava o" Poema da mulher dos cabelos brancos" do António Gedeão que inspira uma ternura comparável ao muito do que já li neste blog.
beijinhos
ana

Anónimo disse...

O que eu chorei ao ler este livro! _ incrível, quase o tinha esquecido!, beijo grato, IO.

Madalena disse...

Obrigada, Ana! Obrigada, Chuinga!
Vou procurar o poema do Gedeão. Hei-de encontrar.Um beijinho às duas.

Pitucha disse...

Madalena

Eu adorei o "Meu Pé de Laranja Lima". E o telefilme também (tive que resistir muito para não chorar...)
Um beijo