terça-feira, 3 de maio de 2005

A avó Golda


imagem daqui
Esta imagem é muito semelhante à que aparece nos arquivos da minha memória, quando penso em Golda Meir: uma mulher com ar de avó, ou seja, uma mulher com ar bondoso e inteligente.
É assim que eu me lembro dela, com as muitas rugas, os cabelos desalinhados e muito salpicados de branco e o tal olhar bondoso e inteligente.
Vejo, nos lugares onde procuro estas coisas, que hoje faria anos, muitos anos, cento e sete. E penso com os meus botões o mesmo que penso dos meus avós: se estas pessoas se mantêm tão nítidas na nossa recordação, é porque foram brilhantes, excepcionais.
Socorro-me das palavras de Inês Pedrosa: "Uma mulher que inventou um país e teve coragem de o tornar real."
Para escrever estas poucas linhas, estive a reler "Golda Meir, a rapariga que inventou um país", a biografia da Golda Meir incluída no conjunto das biografias de vinte mulheres do século vinte.
Aconselho a leitura pelas mulheres e pela escrita da Inês Pedrosa, de que eu gosto muito.
Consegui encontrar, ainda na biografia da Inês Pedrosa, algo de muito importante para as interpretações das minhas memórias: Golda Meir levava muito a sério o seu papel de avó, de tal modo que chegou a recusar o segundo lugar na hierarquia do Estado de Israel, com a argumentação de que "preferia ser avó (de cinco netos) a tempo inteiro do que ministra em part-time."
O essencial de Golda Meir está nessa biografia.
Tudo o que se pode dizer de Golda Meir está escrito na História!

6 comentários:

Madalena disse...

Ou religiamos a mesma profissão?
Beijinho para ti, Competência...

Anónimo disse...

Este incompetente é mesmo engraçado!
Golda Meir foi uma grande mulher, concorde-se ou não com o lado político. A melhor opinião que sobre ela li, foi a de Oriana Fallaci que (no tempo em que era de Esquerda) foi entrevistá-la, e ia com algumas pedras no bolso e, no final, ficou fascinada com a sua inteligência e simplicidade, adorou-a e acabaram as duas a tomar chá na cozinha (ao contrário do que aconteceu com Arafat, que OF ia preparada para gostar, defendia a causa, e detestou-o).
Beijo grande, Madalena, IO.

Andy More disse...

Ela foi de facto uma grande mulher... Mas será que valeu a pena fundar um país onde prolifera a carnificina, e onde hoje se propaga o aniquilamento de um povo com séculos de história… Deixo isto em aberto.

Saudações

lique disse...

Sem dúvida que foi uma mulher que marcou o seu tempo. E seria provavelmente um óptimo ser humano. Mas eu tenho as minhas reservas em relação a Israel. Muitas, mesmo. Beijinhos

Anónimo disse...

Todos os povos têm direito a um chão, Friedrich. Até os israelitas e os palestinianos... outras razões, não tão puras como o direito dos povos, é que fazem as guerras. IO.

Madalena disse...

Não me alonguei muito no post, exactamente por pressentir que talvez esta personalidade não fosse consensual. Mas eu acho que posso abstrair todo o seu percurso de coragem individual, dos sharons... Há muito ideal nesta figura!