domingo, 4 de dezembro de 2005

Erros meus

"O erro de construção de um dos que com predicado no singular (ocorrente em Fernão Lopes, Frei Luís de Sousa, João de Barros, Bernardes, Vieira, Garrett, Herculano, Camilo, etc.) explica-se por atracção de um."
O Ciberdúvidas passará a incluir-me a mim, pelo post sobre o Fernando Alves.
(Isso queria eu, figurar entre tão ilustres nomes!!!)
Vale a pena ler, na íntegra, o esclarecimento!

Camões, esse não errou! Ou melhor: errou no amor, como explica no soneto.

Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que pera mim bastava amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa a que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.

De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!


E ainda há a Joana que errou de João, "a mulata triste que errou na dose, errou no amor". Chico Buarque, claro!

2 comentários:

Nelson Reprezas disse...

Isto não é uma contrição. É uma lição. Bonita, ainda por cima :))
beijinhos

Anónimo disse...

Com a devida vénia e agradecimento pela chamada de atenção, faço minhas as palavras do Espumante.
Beijinhos