Este é o primeiro "Um de Novembro" do Diário de Torga.
Vila Nova, 1 de Novembro de 1935- Depois de dias como o de hoje tenho a sensação de vazio absoluto. Os amigos tem que fazer, os doentes têm que morrer, os livros parecem múmias e a noite nem sequer traz sono. Louvados sejam o barulho e as facadas da Central.
Nada de novo, neste dia de Torga. Dificilmente se podia esperar outras coisas que não fossem sensações como esta de vazio absoluto. Ainda por cima num dia como este em que até uma vulgar mortal como eu se sente assim!
Se fosse Março e viesse à janela, concluiria que as amendoeiras têm que florir, indiferentes ao tal vazio que preenche o poeta.
1 comentário:
Faço como tu no outro post:
Primeiro, parabéns à chuinguinha! Segundo, parabéns ao Drummond, poeta do quotidiano tão cheio de humor e graça.
Terceiro, a dor de Torga, a dor de dias cinzentos, a dor que tem que passar. Beijinhos, que esteja menos cinzento amanhã
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