"Mas eu conheço bem a solidão. Três anos de deserto deram-me a conhecer bem o seu gosto. Não é a juventude a gastar-se no meio de uma paisagem mineral que nos assusta;o que ali se manifesta é o que é o mundo inteiro que envelhece longe de nós. As árvores criaram os seus frutos, a terra deitou o seu trigo, as mulheres tornaram-se belas. A estação avança, era preciso apressarmo-nos a voltar a casa... Mas a estação avança e estamos prisioneiros longe... E os bens da Terra deslizam-nos por entre os dedos como a fina areia das dunas." Saint-Exupéry, Terre des Hommes.
Tradução de Artur Parreira
Presumo que a mensagem do autor do Principezinho seja a ideia de que a solidão é um deserto dentro dos homens. No entanto, cada um "enfeita" como pode, como quer e como sabe o seu deserto. Cá por mim, acredito que o deserto nos habita com a sua plenitude de beleza indizível, com a sua lonjura, com a sua infinitude irreal. Não busco muitos enfeites pois estes chegam-me. Buscamos, ao longo de nós, um ou outro oásis que dê sentido ao próprio deserto....
Antoine de Saint-Exupéry desapareceu a 31 de Julho de 1944. Durante sessenta anos foi absolutamente desconhecida a causa do seu desaparecimento, bem como do avião que pilotava. Há quatro anos foram identificados os destroços do aparelho, perto de Marselha. Mas do amigo do Principezinho nada mais se soube...O deserto visto pela pele do meu amigo Tó Luís.
2 comentários:
Saint-Exupéry desapareceu, mas deixou-nos o Principezinho... afinal nunca desaparecerá!
Regressei da minha curta escapadela, vim deixar-te um beijinho. :)
Entre a minha saga dos "livros emprestados e não devolvidos" está "Encontrei o Principezinho". Vale a pena ler,também.
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