domingo, 13 de julho de 2008

O que é que há de novo por aí?

A silly season continua a fazer jus ao epíteto!
O mal é que a classe política não vai a banhos, como soía, não deixa o país, pelo menos durante algumas semanas, em autogestão, o que seria mesmo muito melhor.
Liga-se a televisão e é sempre o mesmo. Chamam-lhe debate da nação. De que ano é este debate? Que nação é esta?
Deviam ter pelo menos mais respeitinho pela palavra nação. A Nação também é minha. E vejo-a tomada como se tratasse de património exclusivo dessa classe política.
Se calhar, eu não tenho nação. Querem lá ver que eu não tenho nação?
A minha nação não é a deles.
Tenho, sim! É evidente que tenho! A minha nação começa na minha casa, segue pela minha rua e, de um lado, vai dar à escola e aos barcos; do outro vai dar às rotundas que nunca mais acabam e depois é que decidimos se a nação segue para o norte, ou para o Sul.
Quando a nação segue para o norte, o que nos aparece em primeiro lugar é a cidade de Lisboa.
Mas antes há o rio, claro, bem coladinho à pele da cidade! Um rio abundante de águas que ora descansam em calmarias que contagiam, ora se revoltam em zangas com os ventos que as visitam.
Quando a nação segue para o sul, o Alentejo visita o nosso desejo de paz e convida-nos a entrar nessa mística de planuras com árvores raras de sombras pequenas. O resto é sol e solo ardente, que de vez em quando se eleva em alturas muito suaves.
A minha nação faz-se de paisagem e de homens bons com visto e passaporte que ateste a condição de gente!

3 comentários:

Pitucha disse...

Que post tão bonito Madalena. E verdadeiro!
Beijos

Hindy disse...

A nossa nação é também o que nos vai na alma, é a forma como vemos o que nos rodeia e a tua é sem dúvida bonita...

Um beijinho hindyado, querida :)

Unknown disse...

O pior é que a nação, por vezes, também tem homens maus que tentam não nos deixar olhar para o horizonte. Mas só tentam, claro, porque não conseguem e isso é nítido no teu texto tão bonito.