Pobre Terreiro do Paço! Até quando o entulho separará o Tejo da sua cidade noiva?
Até quando terão as gaivotas de suportar o roncar das máquinas, som assassino das suas conversas?
Quando poderá o Tejo trazer os seus peixes a visitar a Cidade?
(Hoje vi um grupinho de peixes no Cais do Sodré!)
Poderá Santo António, vizinho próximo, vir até este belo lugar redizer o seu sermão? Poderão os nossos olhos contemplar o rio, a partir de Lisboa, ou Lisboa a partir do rio, sem intromissões no longe que a vista alcança?
Aceitam-se respostas. Dá-se preferência à verdade!
4 comentários:
Exórdio: vós (entenda-se "autarcas" [do Gr. autárkes, que se basta a si próprio, pessoa que governa autonomamente; rei absoluto; ditador;pessoa eleita para uma autarquia]) sois o vício da terra (e do Terreiro).
Desenvolvimento: ... passemos a parte dos louvores (se é que de facto existem...)... "não só vos comedes uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos" e também as verbas e os projectos feitos à revelia de qualquer impacto ambiental... quem se lixa é o peixe e o mexilhão!
Conclusão: Cuidado Santa Engrácia, a tua expressão está a perder poder... mais uns anos e cai mesmo por terra! Não fossem os quatro séculos que a sustentam...
OLá Madalena
Tudo bem?
Os peixinhos não eram tainhas?
Jokas
Madalena: Fernando Pessoa comentar-te-ia assim?
"Não sei quem me sonho…
Súbito toda a água do mar do porto é transparente
E vejo no fundo, como uma estampa enorme que lá estivesse desdobrada,
Esta paisagem toda, renque de árvore, estrada a arder em aquele porto,
E a sombra duma nau mais antiga que o porto que passa
Entre o meu sonho do porto e o meu ver esta paisagem
E chega ao pé de mim, e entra por mim dentro,
E passa para o outro lado da minha alma…
Beijos
O que se passa no Terreiro do Paço?
Assina
Uma marroquina...
Enviar um comentário