domingo, 22 de maio de 2011

Porque o melhor... ainda está para vir!

Esta é a mensagem final da peça de teatro "Rosa Esperança" que vi ontem no Fórum do Seixal. Vi? Não! Assisti? Não. Participei de forma menos activa do que as actrizes, mas participei.
Literariamente falando, o drama distingue-se de outros géneros, precisamente porque as coisas acontecem na presença do espectador. Naquele palco, ontem à noite, desfilaram emoções muito fortes, muita dor, mas também muita esperança.
AS mulheres que constituem o elenco dão corpo e voz à sua própria dor, às suas vivências, sem falsos rodeios.
O que ali passou foi a Vida como ela é. Da rotina de um dia-a-dia sem sobressaltos maiores, até ao assalto que o cancro pode perpetrar à tranquilidade de cada um de nós vai um momento, um instante.
E quando tudo acontece? Que fazer? Ninguém desiste! Todos, neste caso todas, têm razões para lutar e a maior parte delas refere apenas a família!
"Quando regressei a casa, o meu filho recebeu-me com uma flor na mão!", diz uma das mulheres.
Tudo o que ali se passa, em cima daquele palco, passou também por muitos dos que estão sentados na plateia, impávidos, mas não serenos.
Mais do que alertar as mulheres para o diagnóstico precoce, a peça é um "convite" à luta. Como dizia a Cinda, todas as noites, em frente ao espelho: "Não me vais vencer! Eu sou mais forte do que tu!" E é! E és, Cinda!
A Cacilda formulou o desejo de ver os filhos crescer. E viu! Já lá vão 28 anos!
A Nela revive o momento da notícia, do diagnóstico. O Paulo também dá voz e corpo a ele mesmo, marido, naquela situação, em que todos os medos assombram...
Para todas estas e para as duas meninas mais novas que ali mostraram a sua força, a minha admiração!
Mas o melhor ainda está para vir! Toca a lutar!

7 comentários:

lucinda maria disse...

É tudo isso que escreves e muito mais que nos vai na alma e está nas nossas entranhas, depois do que vivemos. Lutar e vencer são duas palavras inseparáveis que vamos sempre dizer para o reto das nossas vidas. Obrigada às meninas do DESERTO e a todas as outras que nos foram ver e rever.

Nela disse...

Foi tão bom vê-las por lá!
Somos nós ali, mas somos todas aqui de volta desta luta que faz, agora, parte da nossa vida.

Obrigada por terem ido. Muitos beijinhos

Jorge disse...

Eu também fui ver e ...gostei. Acho que conseguiram, de uma maneira admirável, passar a mensagem de força interior e de esperança renascida. Não são actortes/actrizes profissionais mas, a emoção, o sentimento e a entrega foi segurtamente maior!
Parabéns para todas elas e também para todos os outros restantes elementos da peça.

eduardo disse...

É pela calada da noite que se me estimulam os neurónios. É também na noite escura que procuro as respostas que não tenho durante o dia. E é sobretudo de lençóis brancos e lavados que me faz pensar em tudo. Nada de obsceno ou criticável. Ainda estou no meu perfeito juízo de homem bem formado e atento ao que se passa com os amigos.

É mais aquela sensação de me sentir como se fizesse parte duma coragem que já não tenho. Que todos os dias e a todas as horas demonstras que é possível resistir, Madalena. Felizmente não só tu, como acabo de verificar pelas palavras desta gente que por aqui passando vai.

Vejo e revejo o filme da minha própria vida. Tento até compará-lo com outras que por acaso ou destino vou dando conta. Como a tua. A da Cinda, e algumas outras que os blogues e afins me deram oportunidade de poder dirigir-lhes uma palavra de amizade. De estímulo. Da força que já me vai me faltando, mas que recupero quando te leio, ou assisto aos incentivos destas Mulheres com agá grande. De Humanidade.

Infelizmente, já perdi uma. Por isso, estão todas proibidas de voltar a cara à luta. Estarei sempre por aqui ao vosso lado.

Graça Pereira disse...

Encontrei aqui as lutadoras...em força e esperança. Que belo! Deixo um beijo para todas.
Graça

Isabel Preto disse...

Uma iniciativa muito importante e a divulgar. Há que lutar! Tenho um aluno, que vive com medo de perder a mãe. Vou falar-lhe disso, para o animar.

IsaLenca disse...

Mesmo não tendo passado pela doença pessoalmente já fui ver 4 vezes a peça. De todas as vezes a emoção está lá, de todas as vezes teve pequenas mas excelentes complementos. Acho que é mesmo uma peça a rever e a continuar em cena durante bastante tempo pois tem uma ação informativa, de prevenção, de alerta e de esperança. Acompanhei de perto o arranque da peça mas continuo a emocionar-me sempre que a revejo. Tenho muito orgulho em ser amiga de todas.

Estarei sempre presente para todas as que precisarem de mim. Conheci e conheço grandes mulheres, lutadoras que também- todas vós- nos ensinam muito!