Todos os momentos, todas as horas podem ter uma magia associada, mas a meia-noite deve ser aquela que mais carrega esse simbolismo. À meia noite muda o dia, a hora, o ano. O século e o milénio... mas isso já é mais raro.
Foi à meia noite que o encanto que transformou a Gata Borralheira se quebrou. O seu vestido voltou a ser o do borralho, os seus ratos deixaram de ser cavalos e até a carruagem se retransformou na abóbora que talvez tenha acabado na sopa da avó.
Ontem e anteontem só ouvimos falar do Magalhães! Ele foi magalhães em Matosinhos e no resto do país. E à borla! O Magalhães entrou nas escolas pela porta grande e pela mão do Primeiro Ministro. O Primeiro Ministro estava generoso e pródigo naquele sorriso rasgado que tão bem lhe fica, embora não chegue para cair na tentação de votar nele outra vez.
Mas hoje, à meia-noite, o encanto vai quebrar-se como aconteceu com a desgraçada da Gata Borralheira. O Magalhães vai chegar ao mercado, a pagar. Os mercadores de sonhos podem ir gozar as suas merecidas férias para um lado qualquer. O produto pegou. Não há-de haver estudante do 1º ciclo ou do 2º que não peça um até ao Natal. É indispensável. Tem de fazer parte da mochila tecnológica de qualquer criança: calculadora, telemóvel e Magalhães. Ah, é verdade, também há a Playstation! E o MP3. Os pais pagam e não bufam.
Eu também vou a correr comprar a mãe do Magalhães: maiorzinho, com mais autonomia, mais funções e desbloqueado do controlo conjugal! Senão, um dia destes, sou a única na sala de aula sem portátil!
Imagem do Público
2 comentários:
Olá querida, desejo-te um óptimo ano lectivo com ou sem "a mãe do Magalhães"... :)
Beijinho hindyado
O pior é que se tem que pagar mensalidade vulgo internet....fica mais barato comprar a mãe ou o pai... Ou não?
Beijinhos
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