quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Assim Vai O Mundo

Quem tem mais de cinquenta anos tem não só uma esperança acrescida de alguma imunidade à gripe, como também sabe que, antigamente, as salas de cinema exibiam um documentário informativo que dava pelo nome "Assim Vai o Mundo".
Depois das salas escurecerem, no fundo do ecrã "nascia" o mundo, que crescia e rodopiava num fundo de céu estrelado (Ou talvez não fosse?!),enquanto uma voz forte dizia, com a solenidade e a gravidade que os acontecimentos dignos de nota exigiam: "Assim vai o Mundo".
(Não sei se a minha memória está a atraiçoar-me. Seria assim como eu me lembro?)
Era uma espécie de telejornal, com moderada especulação e certamente visionado previamente pela censura. Mas isso eu não sabia.
Foi certamente nesses "filmes" que eu conheci a família Kennedy, com todo o glamour que a beleza de Jackie e dos homens da família imprimiam aos acontecimentos que protagonizaram.
Um dia, de manhã, a minha mãe ouviu na rádio que o Presidente Kennedy tinha sido assassinado e percebi pela aflição que o que tinha acontecido ia bem para lá da tragédia da morte de um homem. Era um Presidente. Não era só um homem. Mas isso eu não podia perceber, no meu mundo de dez anos.
"E agora, o que é que vai acontecer?", dizia a minha mãe aflita.
E certamente que todas as imagens que guardo desses momentos foram vistos nas salas de cinema, nos tais documentários que precediam o filme da tarde.
Ontem quando ouvi anunciar a morte do último Kennedy, veio à minha memória todo o filme das vidas dos membros do Clã Kennedy, tantas vezes marcado pela tragédia.
É mais uma referência do século vinte que desaparece.
Assim vai o mundo!Fotos da família Kennedy, na Revista Time

1 comentário:

Graça Pereira disse...

Eu penso que, rapidamente tens de escrever crónicas para um jornal!Acho que é um desperdício de qualidade.
Lembro-me perfeitamente desse documentário antes da sessão do filme " Assim vai o Mundo" agora abordado por ti, com actualidade e elegância. Gostei, repórter MAD!
E o Elvis, o Pat Boone, o James Dean? Tínhamos por onde escolher...uma fartura!! Beijocas. Graça