sábado, 17 de outubro de 2009

doclisboa2009

"A realizadora Diana Andringa nasceu em 1947 no Dundo, centro de uma das mais importantes companhias coloniais de Angola, a Diamang. Ali foi feliz. Ali aprendeu o racismo e o colonialismo. Agora volta, porque o Dundo é a sua única pátria, a mais antiga das suas memórias."
Fui ver e o que vi e senti ultrapassou todas as expectativas.
É um registo autobiográfico que acontece quando todo e qualquer conflito interior se resolve. Neste caso, é fácil perceber que aconteceu porque a Diana Andriga muniu as suas vivências e memórias da mais inteira honestidade. O resultado vem aos nossos olhos e ultrapassa a barreira dos nossos preconceitos: é possível sarar a ferida colonial que, eventualmente, ainda dói em muitos de nós!
(Foi um convite por "inerência": o Jorge nasceu no Dundo, em 1947. Eu sou da outra costa, como é sabido!)imagem daqui

5 comentários:

Unknown disse...

Foi com solidariedade que me reuni aos que nunca deixaram de manifestar amargura por deixarem aquela que sempre será a sua verdadeira terra!A minha cunhada veio de Moçambique. Lembro-me que ela chorou o tempo todo do filme África Minha, um filme que adorei. Os pais foram morar para Oeiras. Naquela casa sempre se misturaram as cores, sempre...
Um beijinho

Graça Pereira disse...

Mas quem não chora por África? Seja no filme (o meu preferido) nas recordações, nas feridas que ficaram e que ainda não cicatrizaram...nos cheiros que nos chegam do Indico, da vida partilhada com tantos e nas saudades que desfolhamos todos os dias, com um sabor a sal.
Um beijo amigo.
Graça

O Baú do Xekim disse...

Olá Madalena.

Li a sua postagem na TeresaM.
É assim mesmo sutora. Velhos são os trapos mas mesmo assim alguns aproveitam-se. Né?

Nos meus simpáticos 66, não dispenso os ténis, t-shirt ou camisa com fralda de fora. É que ainda tenho tempo para ser "velho".

Madalena, desejo-lhe uma óptima semana.

Um beijinho.

Teresa disse...

Cá em casa temos um moçambicano da Beira que aos 15 anos deixou escola, amigos, desporto e praia à porta, tudo o que conhecia da vida, e aterrou em... Rio de Mouro, onde não se tornou um marginal mas se tornou num jovem que sobreviveu à custa de comprimidos. Nunca tinha pensado muito nestas dores, os chamados retornados não tinham grande lugar no meu coração, achava, e acho, que esses países não eram nossos, mas depois, como em tudo, descobri gente como nós, com sentimentos e traumas que nunca mais os largam.
Desculpem a opinião de quem nunca sequer foi além de Marrocos e não percebe assim lá muito do assunto.
Beijos,
T.

Natália Fera disse...

Boa noite Madalena.
Beijinhos